quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O fim

Estou farta de tudo e de todos, cada acontecimento, cada palavra seja de quem for irrita-me, até daqueles de quem mais gosto.
Sinto-me só, vulnerável e com vontade de matar ou simplesmente, vontade de nada fazer, como agora, e no entanto estou aqui a escrever porque é isso que eu faço, escrevo quando tudo me parece incerto e nada tem ar de apoio ou segurança.
Sinto-me perdida, abandonada. Perco a fé, neste momento, em quase tudo a minha volta, no amor, na humanidade, na paz, até perco a esperança na própria esperança. Quando isto acontece não resta muito. Apenas uma coisa, escrever.
E, embora nada tenha a dizer, simplesmente, não me apetece parar, quero escrever até não poder mais, até as teclas estarem gastas pelo tempo, ou todos os riscadores do mundo acabarem, nem o papel me será entrave, pois superfícies é que não me falta.
Tenho pena que seja esta a minha última arma, tenho pena de ser tão fraca assim, que escrever seja a cura da minha doença, doença essa que me consome a cada palavra, a cada letra, porque nada faço e porque apesar de tudo sentir nada me pode ajudar. É este o final, o final da minha luta por um mundo melhor, um final que talvez nunca tenha começado, não por falta de vontade mas por falta de coragem e fé por parte de todos. Tenho imensa pena mas não sou mais forte que tudo isto, não restam forças ou esperança.
Assim, continuarei vivendo neste mundo apodrecido, até ao meu último texto, até a minha última palavra, porque é isso que eu faço, escrevo.
Nada mais farei e em nada mais acreditarei do que a minha própria escrita que faz de mim aquilo que sou e não aquilo que queria ser.






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