segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Cala-te e Ouve

O passado grita-me falsidade tão alto que mal me consigo ouvir,
As memórias revoltam-se como se oprimidas, não conseguissem mais aguentar este regime
Reprimo-as com mais força e em resposta magoam-me como nunca,
O pensamento foge de mim como quem foge do diabo
Assustado, fecha-se impedindo-me de sentir


São tantas as vozes que gritam, tão alto, tão alto
Correm como tigres listrados de velhas frases, velhas promessas
Vãs, grito eu
Retraem-se todas
Correm ainda mais rápido, rápido de mais para mim
Queria ter a força delas e conseguir afastá-las para longe
Porque eu queria, queria tanto que nada valessem

Esticando a mão tento agarrar-me a qualquer coisa, por mínima que seja
Por mais insignificante que possa ser, tento fazê-la valer por algo
Algo melhor para mim, algo que não faça chorar os meus sentimentos


Já não vale a pena
Falso, Falso
Não vale a pena, não vale a pena
Cai uma,
Falso
Não vale a pena
Cai duas,
Falso
Não faz sentido
Cai três,
Caem todas e simplesmente
Desaparece quem eu sou
Morre tudo o que tu foste
E cantando, sobreponho-me a todas as vozes,
O meu pensamento volta triunfante e embala o meu coração.

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