quinta-feira, 26 de maio de 2011

Eutanásia? Sim!

A eutanásia é uma realidade e o facto de continuar a ser um assunto “tabu” pela sua controvérsia, não devia fazer com que permanecesse esquecida como se não fosse de todo uma solução.

Vejo a eutanásia como uma opção de liberdade, uma opção da qual todos deveriam poder desfrutar. Aquele que nunca sofreu, não devia ser capaz de decidir se alguém merece ou não morrer por estar em dores.

Fala-se muito no direito à vida aquando deste tema, mas o que é a vida? Será respirar sinónimo de viver? Na minha opinião não. Existência sim, vida não. Por isso é necessário ponderar muito bem sobre o argumento do direito à vida. Ninguém gostaria certamente de passar o resto dos seus dias agarrado a uma cama em sofrimento.

Entrando no campo da ética é necessário salientar que práticas como a eutanásia involuntária não deviam ser aceites, e essas sim fazem todo o sentido serem um crime. A eutanásia, deve sempre ter a palavra final do doente, pois é da vida deste que se está a tratar.

Se fosse criado um conjunto de medidas e de aconselhamento perante os médicos e os doentes, poderíamos todos chegar a um consenso. A eutanásia não devia ser a preocupação de religiosos radicais que querem livrar o mundo do pecado, nem de pessoas que apenas pensam nos interesses económicos que podem vir a tirar desta.

A eutanásia é uma escolha de vida e como tal deve apenas dizer respeito ao doente e a quem vai praticar o acto. A quem a vive e a quem a tira.

Os familiares e amigos devem também pensar nos actos de egoísmo cometidos quando recusam a eutanásia a um ente mais próximo. Uma perda é sempre má e as pessoas não são substituíveis, mas é preciso pensarmos que podíamos ser nós naquele lugar, podíamos ser nós a viver uma vida condenada a um sofrimento infinito e sem barreiras, podíamos ser nós a ser alimentados por tubinhos, a soro, nem um último bife com batatas fritas para nos despedirmos, alguns nem podem ouvir, ou falar ou correr ou sentir. Nada, absolutamente nada. E nada não é vida. Nada é nada.

Quando nada resta há apenas uma saída, a morte, e essa morte, essa doce, fácil morte, está à distância de uma aceitação, à distância de uma evolução de mentalidade de pessoas crescidas. Façam isso por todos eles, por todos os que sofrem todos os dias, por todos os que já não desejam viver, por todos os que desejam ser livres. Aceitem, cresçam, evoluam, digam sim à eutanásia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário