quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Prà frente?



Este é o novo cartaz da campanha do titio Jardim (estão espalhados por todo o lado). Reparemos com atenção...

O estúpido slogan que se arranjou " prà frente sempre, madeira sempre"
Primeira pergunta: MAS QUE MERDA É ESTA MEU DEUS?!
Segunda pergunta: Existem designers de jeito nesta ilha?
Terceira pergunta: Porquê prà e não prá?

Mas passando à frente a falta de integridade (pés, cabeça, tronco, membros, inteligência, cultura, senso comum, epá dentes?) deste slogan, vamos à parte da ironia desta mensagem... É que a gente não vai para a frente.. VAMOS É PARA O FUNDO COM OS BURACOS!!! Desculpem lá a minha escrita rude em relação a este assunto, mas é que uma coisa é esta gente ser ignorante e incompetente por trás, mas pela frente? Porque é que alguém haveria de votar numa coisa destas?

A conclusão a que eu cheguei é que a culpa não é do governo madeirense, é da ortografia portuguesa, e é porquê? Ora então o acento revoltou-se sozinho e decidiu indicar a verdade aos madeirenses por conta própria... A gente só vai para trás ` com este governo de merda.

De cima para cima

Este verão andei a fugir de mim. (Reparem que escrevi verão e não Verão como mandam os meus princípios, parece que estou a entrar no acordo dos brazucas) Acho que decidi que seria mais fácil se eu trocasse Philip Glass por Pitbull, escrever por Gossip Girl e escalada por unhas fantasticamente arranjadas e coloridas. Já não praticava escalada desde o fim de Julho. Habituei-me à ideia de estar em chão firme. Não vou dizer que não tive saudades porque é mentira, mas acho que me tinha acostumado à ideia de uma vida sem subir paredes, longe de prazeres muito acima dos fúteis.

Tive medo de perder o meu caminho caso algum corvo comesse as migalhas de pão que eu andei a deixar pelo caminho como na história do Hansel e Gretel. Acontece que nem precisei de as procurar, só precisava de uma parede, fosse ela qual fosse, uma que eu pudesse trepar, uma que me mudasse a perspectiva. Porque de cima, é sempre muito melhor.

E então estou aqui a escrever isto e doem-me imenso os dedos, o calor do PC faz arder a minha pele e as minhas unhas, bem… Nem sei se as posso chamar de unhas neste momento.

Nada disso importa, porque hoje eu escalei. Subi, desci, cai, voltei a subir e a cair mas cheguei ao topo. É no topo que se pára porque melhor perspectiva que a que ele nos oferece, não há. De volta à terra e com as ideias refrescadas, posso afirmar que para mim escalar não é um desporto, é um meio de purificação, um estilo de vida, o meu estilo de vida.

Isto pode parecer tudo um grande cliché e um monte de tretas, mas alguém que nutra o mesmo sentimento por escalar, compreenderá certamente a que me refiro. Quando se escala, não estamos só a trabalhar o físico, estamos em equilíbrio com o nosso interior. Enfrentamos medos, quedas, aprendemos a superá-los. Aprendemos que o que está dentro é mais importante do que o que está por fora, sentimos a fusão das nossas emoções com aquilo que fazemos e a responsabilidade que um movimento errado pode ter. Em escalada confias a tua vida a alguém, aprendes a confiar, a confirmar e a saber apreciar isso, em escaladas cuidas da vida dos outros e sentes o peso de ser responsável pelo respirar de outro. Escalada não é como no futebol em que um movimento errado vale um “bater com o rabo no chão” em escalada cais e se não souberes o que fazes, em casos extremos, pode ser a última vez que sobes o que quer que seja. Escalada é pura emoção, é sentir e ouvir o teu corpo, é evolução. Escalada é vida.


E a maior e mais importante lição: Para cima é que é o caminho, sempre.