sábado, 12 de junho de 2010

Aquele que és tu

Esse teu misterioso doce olhar que me penetra com tanta facilidade
Será fogo, será chama? És apenas tu, em todo o teu ser,
Tão atractivo e perigoso naquilo que é e que não é
É ponta fina de cristal,
É lágrima pura por cair.

Tu tocas, percorres suavemente todas as curvas do meus sentidos
Fazes acelerar cada batida, cada desejo, cada sonho

És o quente amanhecer que chegou numa pálida noite de luar,
O sol que faz nascer cada sensação de bem-estar,
O arrepio que nasce dentro de tudo o que espera por ti

Sem saber alguma vez que “ti” eras tu,
Que “dele” era teu e teu é o meu coração
Inteiro em corpo, alma e sentimento
Sempre foi e sempre será, porque “dele” era teu e
“Ti” eras tu e tu és aquele que é o meu amor.

30-12-10

sábado, 5 de junho de 2010

Para quê?

Expressões temporais fundiram-se
Com a teoria da relatividade
Ontem tornou-se há dias,
Há dias, o ano passado,
O ano passado, há dois anos,
Há dois anos?
Uma vida bem distante

Perdi-me nos limites temporais
Da minha jornada por este lugar,
Já lá vão 15, e continuo sem saber
O propósito da minha existência,
A razão do meu viver

E todos dizem:
-Estás a crescer!

Crescer?
Crescer implica muitas perdas
Mimos, felicidades, descanso e
Acima de tudo, sonhos…

Recordações de outros dias
Lembram-me do quão inocente
Era o meu sorriso, perante o que é agora a sociedade,
Sociedade essa que cruelmente me foi impingida
Não houve perguntas, nem respostas,

Lembram-me também dos sonhos
Tão inalcançáveis agora,
Tão perto, antes…

Antes, antes, antes…

Toda a esperança escorre-se
Para um lugar escuro, húmido, sombrio
Um esgoto de pressões, onde reina a dúvida

Pai, Mãe
Bonecas, toalhas de banho, domingos na cama,
Baloiço, colo, cheiro a batatas fritas,
Avó, Avô
Cão, gato, fogueiras,
Almoços, arvores, cana-de-açúcar
Tio, tia,
Bolachas, praia, verniz
Musica, vídeos, pauzinhos de gelado
Primo, prima
Danças, escondidas, casas na árvore,
Piqueniques, piscina, brincadeiras
Onde está tudo isso?
Bem longe, apenas em memórias,
Guardadas,
Longe de ti, perto de mim
No mesmo velho lugar

Queria ser para sempre aquela velha criança
Que encarava o medo com um sorriso,
Que não queria que houvesse noite
Para sempre poder brincar
E que desejava parar o tempo,
Para que mais ninguém morresse

E todos dizem:
- Estás a crescer!

E então tudo se torna real
Afastando o conforto da felicidade,
Fazendo esquecer aquela criança
E todas as suas facilidades,
Torna-se tudo tão espantosamente injusto

Racismo, guerra, crise,
Violência, droga, crime,
Aquecimento global,
Trafico humano, corrupção politica,
Violação dos direitos humanos,
Pobreza, desigualdade, ódio entre todos

E todos dizem:
- Cresceste!

Fica a duvida…
Mas, para quê?!


Momento de loucura/inspiração/o que quer que tenha sido

La liberté

A liberdade…
A liberdade!
Soltam-se os cães
Solta-se a vontade

Faz tudo o que queres…
Mas tu queres?
Não! Não queres!
Matam-se os cães
Mata-se a vontade
Mas perdura…
A liberdade.

2008

Dúvidas de querer

Existem momentos que se descrevem com a facilidade de um sorriso de bebé, outros, nem tanto e este é um deles, tanta coisa voa pela minha cabeça, numa dança tão viva de emoções, quero chorar, quero rir, quero abraçar, quero ser abraçada, sinto falta de mim, de ti de nós.
Será este o caminho certo?
Vou sonhar? Vou viver? Lágrimas, sorrisos, dúvidas, saudades, muitas saudades. Q-U-E-R-O-T-E muito mais, muito, muito mais! Será o sol suficientemente quente? Será a lua suficientemente misteriosa? Iras deixar-me? Será assim tão longe? Assim tão perto? Assim tão fácil? Difícil? Verdade? Mentira? Eu quero, quero muito, quero mais! Quero-te a ti.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Escalada


Há um sentimento bom, apetecível e viciante. Viciante sim, acima de tudo.
Queremos superar-nos a nós próprios, ultrapassar todos aqueles passos decisivos e conseguir agarrar a presa perfeita no tempo perfeito, cada passo, cada respiração, cada gota de suor, tudo conta, tudo pesa. Muitos dirão que é uma questão de ego e todas essas tretas, mas digo-vos que mais: - Não é mesmo nada disso, nada disso.
É muito mais que um simples capricho é inigualável e repleto de realização, quase perfeito, o sentimento de atingir o topo.

Quero criar, inovar, ajudar, mover, mudar, direitos, liberdades, igualdade.

Ainda hoje, perguntaram-me o que queria ser quando fosse grande, que profissão gostaria de exercer para o resto da minha vida. Não soube responder, já há muito tempo que não sei e a cada dia que passa, essa resposta foge-me mais.
Não consigo imaginar e faz-me confusão, o facto de fazer por fazer. Fazer porque é assim que tem que ser feito e é assim que toda a gente faz. Não quero, não quero de todo que o meu papel na sociedade seja arranjar um emprego para poder sobreviver como membro integrante desta, mesmo que fazendo o meu serviço. Isso para mim não é papel não é nada, é presença, algo como um figurante.
E depois perguntas tu como é que vou sobreviver se não trabalhar.
Mas é ai que eu quero chegar, eu não quero apenas sobreviver, não quero trabalhar para comer, viver, crescer, casar, ter filhos e, eventualmente, morrer. Não quero trabalhar a vida inteira para, única e exclusivamente, sobreviver neste lugar de merda!
Quero mais, muito mais! Quero criar, quero inovar, ajudar, mover, mudar, quero direitos, liberdade, igualdade.
Não consigo entender como é que alguém pode ser feliz, a achar que o mundo está bem como está, quando há crianças na China, neste momento, a trabalhar para eu poder ter aquele Ipod ou mesmo neste pais, pessoas a morrer à fome, para o Presidente poder comprar uma nova casa de ferias não sei onde. Não percebo, não quero perceber, apenas quero mudar e fazer a diferença, acabar com toda esta desigualdade e fazer ouvir a justiça.
E quando digo tudo isto a resposta comum é que uma pessoa apenas, nunca vai fazer a diferença.
Posso não ser muito boa a matemática, mas 1 é e sempre será maior que 0, e enquanto esse 1 for eu, a esperança permanece. A esperança de tornar este sítio num lugar melhor, justo e equilibrado não só socialmente como politicamente. E ai sim, quando esse dia chegar, poderei afirma, que sou a Laura Gouveia e quero ser, apenas ser, não importa o quê.

Linha de Pensamento

Aquela estranha ilusão
Vinda de lá,
Um lá profundo, ilusório
Perigosamente atractivo

Uma força controlada
Em penoso desejo
Por alcançar um sorriso proibido
Num sereno olhar profundo

Enorme tempestade de selvagens sensações
Prendem-me em pacífico
Estado de histeria,
Quando a distância diminui
Num campo universal de pensamentos

Percorre-me um estranho misto
De uma feliz infelicidade
Com uma infeliz felicidade
Feliz por tocar teu pensamento
Infeliz por não me pertencer

É um receio que se apodera,
Um medo crescente,
Sentimento indesejável
Preso em teus lábios
É duvida,
É segredo...

Vibrante,
Um pensamento transcrito em pixéis,
Um facto, uma certeza,
És tu...
Na mesma linha do meu pensamento.

04-04-09

Amor, amor, amor

Amor, amor amor
Porque tenho eu de falar de amor?
Porque tens tu?
Porque tem ele?
Amor, amor, amor
Sentimento de alma e dor
Diz sim quando dizes não
Não marca, marca?
Não, amor, não marca
Ai este amor, amor, amor, amor
Sentimento de alegria e dor
Sangra em silêncio no seu esplendor
Mentira feia e falsa
Brincadeira de criança, é farsa
Ai amor, amor, amor
Não me venhas tu dizer que marca
Amor em farsa verdadeira
É actuar, é mentir!
Não venhas tu dizer verdade
Porque amor não é sentir
Ai amor amor amor
Explica que vives e não que sentes.

9 de Nov 2009

Gosto de um amanhã

Gostava de poder saber qual será o amanhã, se será um daqueles onde nasce o velho suspiro do “porquê a hesitação?” ou se será um outro onde mais valeria ter ficado na cama a sonhar com um amanha agradável e livre de frustração. Nem sempre corre da melhor maneira, pois é filho da preguiça de certo. Errado seria esperar uma congratulação, afinal, sou apenas eu, a Laura. Poderia ter ignorado todas as ideias de conforto que me passaram pela cabeça durante toda esta tarde, poderia de certo, até ter apagado toda a distracção e concentrar-me apenas em fabricar o meu amanha, mas não seria a mesma coisa, nem teria o mesmo gosto final, aquele que eu tanto aprecio, quando descubro, que tudo não passou de apenas mais um dia, um novo amanha, de muitos outros, uns bons, uns maus, mas sempre meus, o meus amanhãs.
24-01-10

Roda Viva

Tudo gira, tudo passa, tão rápido, tão devagar.
Pensamentos, palavras, acções estão todos correctos, estão todos errados. Parece tudo tão mais longe, mas eu continuo apenas, no mesmo lugar de sempre, ninguém me diz por onde ir.
A vida continua, essa, tal como o tempo, nunca pára, afinal são a mesma personagem, talvez não na minha, mas na história de alguém. Vai dando voltas uma e outra vez e a tinta vai correndo, no mesmo lugar, seja ela azul, preta ou de outra cor qualquer, ficando imortalizada no mesmo sentimento, no mesmo momento.
É tudo uma roda viva de emoções, um turbilhão de sentimentos do qual eu não posso libertar-me. Não posso fugir, nem hoje, nem amanhã porque continuo inscrita nesta roda.
E então, como se nada fosse, ela dá uma volta de 360 graus e depois quem manda sou eu, quem decide sou eu e mesmo que talvez, mas apenas talvez ela me faça presa do seu momento uma vez mais, ela vai volta a rodar, outra vez

Um pouco de mim

Nasce, nostalgicamente em mim, um sentimento de abandono um pouco vago, um pouco certo, tal qual um louco da noite embriagado. É um vazio crescente quase que infinito, que se arrasta pela noite, incansável.
Assusta-me, tenho tanto medo. Só quero que tudo isto acabe e tudo isto se esqueça e tudo isto morra. Significa o fim de tanto. Amizades, caminhos, escolhas, amores quem sabe, talvez, um pouco de mim. O fim de um pouco de mim, um pouco de mim.
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